terça-feira, 21 de junho de 2016

Paixão (Passion) 1982

Num aldeia suíço; uma equipa de filmagens prepara um filme sobre os antigos mestres da pintura. Mas o realizador polaco, Jerzy, tem alguns problemas em encontrar a luz certa para o filme, e as filmagens estão inutilizáveis. Entretanto, ele começa a relacionar-se com duas mulheres locais: Hanna, a proprietária do hotel, e Isabelle, que está desempregada depois de envolver-se exaustivamente em questões sindicais na fábrica onde trabalhava. Os sentimentos de Jerzy oscilam entre a simpatia pela causa de Isabelle e o charme excitante de Hanna.
"O filme dentro do filme" é talvez mais o objectivo de Jean-Luc Godard, do que os envolvimentos emocionais dos seus personagens. "Passion" é também um filme auto-reflexivo onde os personagens são tratados pelos mesmos nomes dos actores (Jerzy Radziwilowicz chama-se Jerzy, Isabelle Hupert chama-se Isabelle, Hanna Schygulla chama-se Hanna). Godard está interessado na relação entre as imagens e o som um com o outro, e bem como nas divisões entre artifício e vida real. 
Tal como a maioria dos filmes de Godard, "Passion" evoca mais do que explica, plantando as ideias mas não atingindo o objectivo da resolução. Sendo assim, respostas não serão encontradas, Godard deixa as suas personagens circularem e depois guia os seus personagens para o pôr do sol. As mulheres aparentemente parecem libertadas do realizador, que não consegue manter a sua vida no caminho certo em busca da realidade que o abandonou, enquanto ele continua a procurar a próxima mentira.  
"Passion" seria a sequela natural de "Sauve Qui Peut (la Vie)" e um intrigante filme sobre o trabalho e o amor. Desafia a curiosidade dos espectadores levando-os a olhar atentamente para as imagens evocativas de Raoul Coutard, a política sexual de Jerzy e as suas mulheres e o confuso processo de criar um filme. Foi selecionado para a seleção oficial de Cannes, em 1982.

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