sábado, 2 de julho de 2016

O Canto do Estireno (Le Chant du Styrène) 1959

O Canto do Estireno (Le Chant du Styrène) é uma curta metragem de Alain Resnais com a duração de 13 minutos. É a sua última curta e, seguramente, a mais irrelevante de todas as que realizou. Trata-se de uma encomenda do grupo industrial francês Pechiney que pretende promover as virtudes dos plásticos, designadamente do poliestireno.
Não se trata estritamente de um filme publicitário, uma vez que não se refere a nenhum produto ou marca em particular. Faz uma abordagem do fim para o princípio, isto é, parte dos objectos acabados para ir até à forma como são fabricados. Este elogio disfarçado da indústria petroquímica não é particularmente estimulante (excepção talvez para os especialistas na matéria), mas mesmo assim este pequeno documentário revela três aspectos interessantes: a forma detalhada e atenta aos pormenores como são filmadas as máquinas (embora a quase 60 anos de distância elas hoje nos pareçam totalmente obsoletas; o texto muito claro e didáctico de Raymond Queneau, compreensível até para ignorantes totais na matéria, como é o meu caso; e a utilização da cor pela primeira vez (aliás de forma magnífica, muito típica da década de 50) por parte de Resnais, que só viria a repetir em Muriel, a sua terceira longa metragem.
De resto, não passa de uma curiosidade. Hiroshima Mon Amour viria no ano seguinte e o cinema nunca mais seria o mesmo
* Texto de Jorge Saraiva, legendas em inglês.

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