quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Gattaca (Gattaca) 1997

Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque numa corporação, escondendo a sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado.
Em "Gattaca" os ideais da alma de um homem foram deslocados pela ciência das células. Não interessa o que o homem quer ser, só pode ser aquilo que os cientistas decidirem que ela seja. De certa forma este filme pode ser visto como uma alegoria para os problemas actuais da descriminação racial e ética. No início do filme, Vincent diz-nos em narração off que a côr da pele não interessa mais, que a pele genética se tornou na última forma de descriminação. Como ele próprio diz, a sociedade tornou-se numa ciência, e essa é a idéia mais assustadora de todas.
Escrito e realizado pelo estreante Andrew Niccol, que no ano seguinte escreveria o argumento para "The Truman Show", "Gattaca" tem bastante suspense e ritmo para se safar como "thriller", mas, sobretudo, mais do que suficientes questões filosóficas e morais para o tornarem num filme intelectualmente estimulante. Tem uma componente visual única e memorável que desmente o seu limitado orçamento. Tem dois mestres europeus, o designer de produção Jan Roelfs (habitual colaborador de Peter Greenway), e o director de fotografia Slavomir Idziak (um colaborador frequente de Krzysztof Kieslowski), que juntos criam um retrato convincente de um futuro reconhecível, com uma quantidade limitada de efeitos especiais, e um uso criativo de edifícios já existentes. Em vez de rebocar a tela com a magia digital, o filme depende de uma mistura de arquitectura futurista gótica, filmada com filtros amarelos e azuis, para dar uma tonalidade do outro mundo. 

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